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Sexo e Tantra :: Mandala :: Chakra Puja - Técnica do Giro Tântrico

 






O maithuna - ato sexual ritualizado, é o processo final, onde se é necessário uma preparação anterior muito séria e competente através do Yoga Tântrico ou outras práticas Tântricas - Tantra Sadhána.

O maithuna é considerado como o auspicio maior de todas as cerimônias tantricas, é a mais poderosa e secreta técnica mística de todos os tempos. Essa técnica também é conhecida como Shaktização pois os praticantes encarnam a consciência de Shakti a grande mãe ou se busca a união dos princípios masculinos e femininos - os opostos. É o Maha Mudrá (grande gesto) onde homem-Shiva e mulher-Shakti se tornam um (1).

Muitos no Ocidente consideram o Maithuna como simples magia sexual, onde se busca o aperfeiçoamento sexual e erótico entre as pessoas, não compreendem, ainda, a magia ritualística contida no mesmo. Como exemplo podemos definir que quem não observa o que está por de trás das imagens, vê até o batismo cristão, tão somente, como um banho de água na criança, o que é lamentável. Sabemos da inverdade disso, pois para melhorar a conduta sexual temos outros caminhos descritos em manuais orientais, sobre como fazer amor, conhecidas como Ananda ranga, Vatsyayana e o manual muçulmano de posições sexuais chamados de Kama Sutra. O que podemos afirmar com ênfase é que não se deve confundir esses manuais sexuais com o Maithuna.

Maithuna é uma técnica muito especial, que permite elevar nossa sensibilidade a tal potência que é impossível descreve-la. O tântrico observador da natureza íntima contida em tudo no universo, procura na união dos pólos opostos à unidade maior, sem se ocupar em confusões de abordagem ética e moral. O tântrico é um libertário. Busca a transcendência do eu através da força máxima do universo que está contida nos mistérios sexuais e esses mistérios estão contidos dentro e fora do homem. São os impulsos magnéticos, a atração magnética, o amor e a atração entre os opostos. São o animus e a anima em busca da perfeição.

Durante a prática (shadaná) o homem assume o papel de Shiva e a mulher de Shakti e ambos realizam o maha yantra (grande símbolo) que os une em Purusha (consciência cósmica). A prática eleva a grande mãe kundalini pelo canal Sushuma e ilumina a consciência tocando os centros superiores. Nesse capítulo descrevemos alguns tópicos do maithuna.

Angas - Partes da Liturgia

UNIÃO

O Tantra de esquerda ensina que o ritual de maithuna deverá ser realizado com pessoas estranhas, pois assim haveria um maior potencial de erotização. No Tantra de direita pouco se pratica o Maithuna e quando isso ocorre é feito com a parceria fixa, ou seja alguém casado ou namorando-se a tempos. Na escola de linha do meio é permitida a opção de escolha pessoal, respeitando a transcendência de valores mundanos e egoístas. De toda forma é ideal é que haja no Maithuna um compromisso, seja ele como uma união amorosa ou de mestre para discípulo. Isso é claro no texto do Mahanirvana Tantra: "O casamento sob a lei de Shiva são de dois tipos. Um é terminado na conclusão do rito e o outro tem a duração de uma vida. Ambos requerem um alto nível de compromisso. Quando é declarado em voz alta: "Aprove o nosso casamento de acordo com a lei de Shiva"; o compromisso de um casamento é verdadeiramente assumido." Medite nesse texto até incorporar esse ideal a suas práticas.

 

ESCOLHENDO O DIA DA PRÁTICA

No geral as Shaktis estão em períodos altamente energéticos para o maithuna no pré e pós menstrual, apesar de que a praticante adiantada de Tantra poderá criar condições energéticas sempre que desejar. Na lua cheia Shakti tem mais potência sexual e na lua crescente Shiva está mais viril. Na lua nova, ambos estão relativamente sexuais e na minguante a energia pode não estar muito propícia. 

Dias considerados mágicos para o Tantra é o 5° dia de lua cheia e o 5° dia da lua crescente. Quanto a horários Shiva é mais energético nos períodos solares e as Shaktis aos lunares. Para se manter mais prolongada a atividade sexual o melhor horário é das 13:00 hs as 23:00 hs principalmente para o Shiva que deverá ser aquele que mais necessita reter a atividade orgástica.

Outra boa dica é respeitar o horário de nascimento de um dos praticantes que é um momento mágico e com grande potencial energético do dia. Faça amor nessa hora.

A Shakti na TPM deve praticar o Maithuna e assim a tensão aliviará, ainda usará a força muitas vezes raivosa ou depressiva como energia potencial.

Precaução

É interessante que o Maithuna não seja interrompido. Determine o tempo em que irá realizá-lo e certifique-se que não haverá interrupções. Existem rituais de 2 horas até 21 dias dentro de escolas tantricas (não pensem que estou exagerando).

 

BHUTA PASHARANA - Limpeza do Templo Externo

Pode-se iniciar a limpeza do ambiente usando: incensos de boa qualidade (um dos melhores incensos do planeta chama-se Kali. um copo de água com sal marinho ou grosso que atuará como um absorvente de energias astrais inconvenientes para o ambiente, (o sal e água depois de 21 dias deverão ser jogados fora) e ainda a colocação de músicas de Sitar ou mantram mesmo quando não houver ninguém no ambiente para o mesmo ficar com a vibração desses sons sagrados.

Para uma limpeza ainda mais atuante você poderá queimar sal em pira de metal com carvão. Essa é uma técnica que atua tão positivamente em "ambientes pesados" que sempre indicamos sua utilização em locais de muito movimento ou em banheiros.

 

O AMBIENTE – Trono do Amor

Crie um santuários exterior. O ambiente deve agradar a ambos e a falta de imaginação dos ambientes ocidentais pode ser alterada com tapeçarias, cortinas, ornamentos, imagens de Shiva e Ganesha, e utilização de aromas estimulantes e objetos que seus olhos reconheçam beleza. As cores também atuam na atmosfera do ambiente - o vermelho e o laranja são estimulantes e o violeta e azul escuro induzem a um estado emotivo.

O local deverá ser arejado, limpo, com muito espaço, o chão macio e ter toalhas, lenços umedecidos e de papel e cobertores.

A cama confortável e firme deve estar próxima ao chão com tapetes grandes e almofadas espalhadas e travesseiros e tapetes limpos. Plantas e flores darão um clima de naturalidade, além de materiais orgânicos como artesanatos feitos à mão, seda e travesseiros de pena. Velas coloridas colocadas em castiçais de bom gosto, auxiliam na arte do ambiente e são fundamentais.

A luz elétrica é desaconselhável, mas em último caso use lâmpadas de 20 volts escolhendo entre o verde (saúde) ou o laranja (energia). Utilize sempre os quatro elementos em forma de altar: Fogo (vela de cera, um arquétipo que significa o fogo interior que se manifesta como exterior), Ar (incensos), Água (mineral em um cálice) e Terra (flores vivas ou cristais) e outros objetos que desejar colocar nesse espaço sagrado. As luzes das velas (símbolo arquétipo) combinadas com espelhos criam imagens lindas e favorece os tons da pele, ou ainda para dar um toque erótico a certas partes do corpo.

Escolha muito bem as músicas. As new age de Ennya, Lorenna, Laize-Om, Aurio Corra e Yani são algumas das que recomendo. Som de sitar limpa as nadis. Beethoven é curativo do físico, Mozart nos coloca conscientes do momento presente, Bach é romântico, as 4 estações de Vivaldi é muito recomendada, Valsas atuam no carinho, os mantram de Krishna Das dão um toque hindu a liturgia.

Fazer amor na natureza é perfeito, pois os lagos, campos, praias, já propiciam o ambiente certo, enfim em comunhão com a natureza.

No Ananga Ranga está escrito:

 

“Decore as paredes do quarto de amor com belos quadros e outros objetos sobre os quais os olhos possam repousar com prazer. Espalhe alguns instrumentos musicais e sucos, água de rosas, essências, leques e livros contendo ilustrações de posições amorosas. Luzes esplendidas devem brilhar, refletidas por largos espelhos, e nem o Shiva nem a Shakti devem sentir qualquer reserva ou vergonha, entregando-se em completa nudez a suas paixões não reprimidas, sobre uma bela cama, decorada com úteis travesseiros e coberta com um dossel. Os lençóis devem ser cobertos com algumas flores e perfumados, e deve-se queimar incenso doce. Em tal cenário, o Shiva, subindo ao trono do amor, deve possuir a Shakti com tranqüilidade e conforto, realizando todos os desejos e caprichos do casal”.

Você ainda poderá colocar pedras coloridas enfeitando o ambiente, símbolos do OM, óleos para ungir, castiçais, alguns hibiscos que uma das flores símbolos do Tantra, imagens de lingans e yonis e tudo que sua criatividade permitir.

Padma Purana, ensina:

 

“Uma vez Shiva disse a Parvati: “Minha querida, eis aqui uma bela casa. Vá ungir-se com pasta de sândalo, e enquanto as abelhas zumbem e o Sol se põe, nó dois faremos amor em uma cama deliciosa coberta de flores. Terei muito prazer em beijar-lhe os lábios vermelhos e brilhantes, e em acariciar-lhe o corpo.

 

VESTUÁRIOS

Nada de materiais sintéticos e botões, zíper, nós, prepare-se adequadamente. Evite cintos, pois evita a circulação do manipura chackra, utilize roupas de seda ou cetim com desenhos simples como quimonos ou pijamas indianos, ou ainda robes, tudo simples e de bom gosto proporcionando prazer ao toque da pele. Não utilize animais mortos em contato com o corpo. Lembre-se, couro é animal. A Shakti deve usar vermelho,pois esta é uma cor excitante para Shiva, esse por sua vez utiliza a cor violeta por suas propriedades metafísicas tão apreciadas pelas Shaktis.Da mesma forma que você se prepara para um grande evento, prepare-se para o que pode ser a maior revelação da tua vida.

 

O PERFUME DO JARDIM

No ritual do maithuna, o mais puro óleo de jasmim é colocado nas mãos, óleo de patchouli no pescoço e faces, âmbar ou almíscar sintéticos nos seios e nos órgãos sexuais; extrato de valeriana no cabelo, óleo de sândalo nas coxas e perfume de açafrão nos pés da Shakti. No Shiva aplica-se sândalo na testa, pescoço, barriga, peito, genitais, braços, pernas e pés. No kalikapurana lemos:
"Que Aqueles que presenteiam Shiva com guirlandas de flores, do oleando ou do jasmim de doce perfume, obtenham o objeto de seus desejos."

Utilize sândalo (estimula todos os chakras), Patchouli (estimula Shiva), Almíscar-Musk (estimula Shakti), Tulasi (confere força física), Mogra (favorece o romance) e Violeta, Jasmim, Rosas (são ativadores da energia amorosa).

Diante da dificuldade de encontrarmos todas essas essências, utilize-se de algumas. A mestra de meditação Diana Prem Zeenat confeccionou com o perfumista Roberto da Portalle o perfume Tantra Prem que é absolutamente recomendável em suas práticas. Sua fórmula é secreta, mas contém uma série de elementos estimulantes e afrodisíacos não encontrados em formas aromáticas comerciais.

Você poderá pingar uma gota dessa essência na máquina de lavar. Todo tantrico é conhecido por ser muito perfumado (só não exagere).

 

BANHOS – o sagrado do planeta água.

Na filosofia tantrica a limpeza corporal é importantíssima.

O banho de imersão, chuveiro ou, se estiverem na natureza, de cachoeira ou mar – devem ser com a utilização de sabonetes neutros e esponjas naturais. No Tantra temos 5 banhos considerados mágicos:

1° - Ervas purificadoras conhecidas como desembaraço

2° - Banhos com água e sal

3° - imersão em água quente e depois fria - esse banho é altamente energético estimulando absorção de Prana.

4° - Banho de calor - seco ou úmido.

5° - Banho de cobertor. Há também o banho de Sol em horários saudáveis aonde o corpo deve estar absolutamente nu.

O banho não é só um hábito higiênico e sim um processo de purificação física e emocional.

Inicie na cabeça e mãos e termine pelos pés ou de forma inversa.

Os tântricos, antes de banhar-se seja em cachoeiras, lagos, rios, mar ou até no chuveiro, evocam Vishnu – O Deus das águas.

É comum a realização de maithuna dentro de água.

Deve-se primeiro banhar o corpo com água corrente; depois aplicar perfumes ou enfeites. Este tipo de banho deve ser combinado com controle de respiração. O efeito é destruir a impureza interior e exterior, e preparar a pessoa para a espiritualidade.

Lakshmi Tantra

YOGANIDRA – Sono ou relaxamento

Durante os dias de prática, ou não, o sono é um fator de equilíbrio. Quando pratiquei um maithuna longo, na preparação afastei-me da cidade grande afim de dormir adequadamente.

Algumas dicas:

- Utilizar cores relaxantes no ambiente de dormir. Aromatize-o com lavanda.

- Antes de dormir alimentar-se somente de frutas.

- Os parceiros devem manter contato mútuo durante o sonho, seja com um simples encostar de mãos ou com a posição tantrica de nutrição aonde o casal abraça-se por trás.

- Durma nu e faça algum relaxamento profundo antes de deitar-se. Recomendo o CD Relax – reprogramação emocional – da Uniyoga, que utilizei com muito sucesso por muitos anos.

- Descubra a quantidade de sono ideal a você.

 

O espírito humano tem duas moradas. Este mundo e o eterno além. Existe também um terceiro mundo, o sempre mutante mundo dos sonhos. Quando o espírito está na terra dos sonhos, então todos os mundos pertencem a este espírito.

Upanishad

 

MANTRA TANTRA  - A CIÊNCIA DO SOM

Mantra é a vocalizações de sons de poder e metafísicos que no maithuna são utilizados como estimuladores dos Chakras e de limpeza dos nadis, sendo as principais a afetiva, sexual e a força física.

Em meu livro Mantra a Metafísica do Som, ensino mais de 500 sons tântricos. Aqui descrevo os principais para sua prática, mas você poderá utilizar outros se conhecer, evitando somente misturar sons de outras tradições. Durante toda a pratica do maithuna é interessante que o casal pratique mantra a maior parte do tempo. Assim não deixará a mente solta, viajando caoticamente ao passado e ao futuro.

 

Mantras principais e seus atributos

Om Sri Gam – força, poder, desperta a sexualidade e o desejo.

Om Sri Klim – atua no afetivo, amor e compaixão

Om Klim Krom – felicidade e consciência.

Om Namah Shivaya – estimula energia masculina e o poder de Shiva.

Om Namah Shaktiaya – estimula energia feminina e o poder de Shakti.

Om Tat Sat – manifestar quem eu sou.

Om Shanti – paz, recolhimento e aquietamento.

Om Klim Krishnaya Namah – afetividade e força.

Pratique ainda o Anahata-Dhivani – que pe conhecido com som silencioso. Simplesmente observe os pensamentos e a mente.

 

Desejando estimular os chakras durante o ritual, coloquem as mãos em cada chakra da parceria e entoe os bijam-mantram na ordem crescente de força.

1ª semana – lam, vam, ram, yam, ham, om, entoando somente 1 vez cada som

2ª semana – lam, vam, ram, yam, ham, om  entoando 8 vezes cada som de cada chakra. Ex: Toque no Muladhara e repita lam 8 vezes, só passando então para o próximo.

3ª semana – om lam, om vam, om ram, om yam, om ham, om da mesma forma que o anterior.

Outra prática é o mantra gayatri é absolutamente recomendado a quem é iniciado no Tantra. Ele é considerado o mais completo e poderoso Som de Poder.

 

Om Bhur Bhuva Swaha

Tat Savitur Varenyan

Bhargo Deva Swa Dhimahi

Dhyo Yo Nah Prachodayato

Sendo esse um mantra longo consulte um praticante para aprender a pronuncia correta.

 

Mantra OM – A FORÇA PROCRIADORA DO COSMO

“Om: meditando só sobre esse som,  a mente funde-se nele para passar por

dentro do éter  da pura consciência.”

Nada Bindu Upanishad

 

 

A sílaba Om considerada o som primordial do universo, o princípio, meio e fim. Segundo o Mandukya Upanishad, Om é aquele que existe, que existiu e existirá sempre. O Om é tudo: está, ao mesmo tempo, dentro e fora de tudo. É chamado na Índia por mátriká mantra, o som original, mãe de todos os sons. É o mais conhecido de todos os bija mantra, capaz de tocar a essência de Ishwara, o Supremo e infinito. Entoado corretamente, tem o poder de estimular os vários corpos do Shiva. Poucos, ao pronunciar ou escutar o mantra Om, conseguem ficar indiferentes.

Om é o símbolo de vários ramos de yoga e do tantra. No ocidente é moda entre buscadores os adesivos, camiseta e fotos do Om.

Naquele desenho que parece o número 30 (       ).

Om é uma sílaba constituída por três letras: A, U e M. As letras A e U formam O, pronunciando-se Om. Essas três letras representam os três estados de consciência humana: sono, sonho e vigília. A letra A se relaciona com o estado desperto, quando se começa o som. U representa todo estado sutil, o sonho; e M todo o mundo causal, já que tudo se dissolve no M, no sono profundo.

O Om grafado (      )

é um yantra (símbolo). Somente ao ser vocalizado torna-se um mantra.   

Dentro do símbolo há ainda os cinco elementos do universo — terra, fogo, ar, água e éter.


Conforme o erudito hindu Pranavopanishad, o A é nirman (criação de tudo), é Brahma, o criador e a Terra. U é shiti (conservação do universo), é Vishnu, o preservador. O espaço M é pralaya (transformação do universo), é Shiva, o destruidor e a iluminação.

Sendo o som mais completo, sua prática é absolutamente adequada ao Maithuna.

 

Práticas do mantra Om – As 7 formas tantricas

 

Vocalizações

A respiração deve ser profunda e sempre regular. O mantra se faz na expiração, sem tremor de voz. A nota musical deve ser a mais natural possível, mas para isso é preciso relaxar o corpo ao máximo. O som  começa com a boca aberta, mantendo a língua no palato mole (fundo do céu da boca) e a garganta relaxada. O som vem do centro do crânio, fazendo vibrar a garganta e o peito. Tente levar a língua mais para trás, mantendo a boca aberta e o som se transformará num “O”. Ainda sem fechar a boca, a língua prende a passagem de ar, que ao sair pelas narinas, faz o som se tornar-se um M, vibrando intensamente no crânio. Utilize as mãos para sentir a vibração passando do peito para a testa.

Outra maneira de entoar o mantra é começar pela letra O, emitindo seu som com a boca bem aberta e a musculatura do rosto completamente relaxada. Depois, deve-se emitir um M prolongado e ir baixando o tom de voz até sumir por completo.

O aperfeiçoamento das vocalizações depende da persistência. Dessa forma se desenvolvem também muitos poderes psíquicos.

Há ainda sete formas de pronunciar o mantra Om que poderão ser aprendidas com yoguins e praticantes tântricos. A seguir há algumas dicas que podem facilitar as pesquisas e a consulta de praticantes.

1ª prática: Repetição do som Om – Om – Om – Om – Om... por muito tempo. Estimula a concentração e meditação.

2ª prática: Ooommm (contínuo). Estimula os poderes dos tantricos (sidhis).

3ª prática: Óm. Dar ênfase à letra Ó. Fornece grande vibração na caixa craniana para o ajnã chakra.

4ª prática: Om. É um sopro com o Om (soltando-se o ar). Pode-se enviar mentalmente esse som para qualquer pessoa, animal ou objeto com a intenção de harmonia.

5ª prática: Ohmmmmmm. Inicia-se com a boca fechada, concentra-se no M contínuo. Essa prática recarrega as energias.

6ª prática: Àaâòoôùuûmmm (com todos os fonemas). Efeito global, atua desenvolvendo e energizando todos os corpos, nadis e chakras, permitindo vários estados de consciência.

7ª prática: Õõõõmmmm... Esse Om contínuo é o mais poderoso, o único que não se pode fazer sozinho, mas sempre em grupo, pois quando uma pessoa termina a outra começa.

Durante suas práticas de Maithuna escolha um ou dois mantram no máximo e uma prática do som OM.

 

 

PRANAYAMAS
(Respiração e ciência da vida)

A respiração, o pensamento e o sêmen são os três constituintes do Potencial de Iluminação. Devem ser harmonizados e conscientemente controlados. O iogue que combina respiração, pensamento e sêmen torna-se o Indestrutível, dotado de espontaneidade trancedental. Kalachakra Tantra

Prana é pode ser traduzido por energia da vida, Yama é controle, assim Pranayama é o domínio da energia que está contida no sol, ar, alimentos, pessoas, em tudo. Aqui praticaremos técnicas respiratórias adiantadas, vá aos poucos. Na escola tântrica se trabalha o maior número de tempo possível com retenção de ar (kumbhaka) e pouca retenção sem ar.

 

Pranayamas – Exercícios respiratórios

Todos os pranayamas devem ser praticados respeitando os limites físicos de cada um, sem causar desconforto ou ansiedade.

Os exercícios aqui descritos estão no mesmo tempo que varia de acordo com sua capacidade pulmonar, por isso o quadro demonstra as opções para praticar:


 

Inspiração

Retenção com Ar

Expiração

Tempo

(regra básica)

1

4

2

Segundos

4

16

8

Segundos

3

12

6


Faça a primeira inspiração contando o seu ritmo natural. Se você leva segundos para inspirar este é o tempo base para o resto do exercício.

O tempo é sempre 1, 4, 2 (ins, ret, exp respectivamente).

Se a inspiração leva 6 segundos, a retenção será 6 x 4 = 24 segundos e expiração 6 x 2 = 12 segundos. Assim o enercício se adapta a 99 tipo de praticante, iniciante ou avançado.

Se você começar num ritmo e precisar mudar tanto para menos ou para mais é só respeitar a regra base.

 

Pranayama para Distribuição de Energias:

. Deite-se de costas

 

. Posicione as mãos sobre o abdômen.

. Inspire contando 1 tempo e mentalizando que o prana se distribui por todas as células, membros, veias

nervos, artérias, músculos do seu corpo e para região genital.

. Retenha o ar contando 4 tempos e sinta os efeitos da mentalização

. Expire, contando 2 tempos.

* Esse pranayama deve ser feito em todos os momentos de falta de energia.


Pranayama para a Energização da Água (ou vinho ritualistico)

. Inspire elevando um copo de vidro ou cristal cheio de água com a mão direita

. Retenha o ar mantendo o copo no alto

. Expire e despeje a água num copo vazio que deverá estar em sua mão esquerda

. Mentalize que o prana está contido na água

Bhástrika – Aumento da Energia Corporal
. Inspire e expire pelas narinas rápida e vigorosamente, produzindo bastante barulho e expulsando o ar com força cuidado para não chacoalhar os ombros ou contrair os músculos da face durante o pranayama

* Obs.: esse pranayama deverá ser praticado com relativa Moderação, para que não cause distorções na velocidade cardíaca (arritmia).

Kumbhaka Bandha
. Inspire fazendo uma respiração completa, contando até quatro e inclinando a cabeça para trás

. Execute o jiva bandha colocando a língua dobrada no céu da boca.

. Retenha o ar contando até dezesseis

. Expire fazendo a respiração abdominal completa contando até oito

* Obs.: esse pranayama estabiliza as ondas mentais e pode conduzir o praticante ao samádhi provisório (pequena iluminação)

Sukha Purvaka
. Posicione as mãos em jnãnã mudra

. Com o dedo médio da mão direita, obstrua a narina direita

. Inspire pela narina esquerda, 1 tempo enquanto medita o som OM SRÍ KLIM

. Retenha o ar nos pulmões, 4 tempos enquanto medita no som OM SRÍ GAM

. Obstrua agora a narina esquerda, expire pela narina direita em dois tempos, meditando no som OM SRÍ SRIM

. repita algumas vezes a sequência agora iniciando inspirando pela narina direita.

* Obs.: esse pranayama atua no humor do praticante, purifica as nadis e contribui para o despertar de kundalini. Além disso, pode ser praticado por toda a vida, pois proporciona saúde.

Ainda com a prática contínua, é possível aumentar o tempo em cada fase. Exemplo: 3/12/6, 4/16/8.

Pranayama para Auto tratamento e energização
. Sente-se com a coluna ereta (tempo 1. 4. 2)

. Inspire contando 1 tempo.

. Retenha o ar contando 4 tempos.

. Expire contando 2 tempos.

* Obs.: ao inspirar, mentalize que está absorvendo prana e que este se dirige para onde a cura se faz necessária, na retenção do ar, pouse as mãos na parte afetada e, ao expirar, mentalize que o prana flui de suas mãos e extirpa o problema

Shiva – Skakti Pranayama – Polaridade Tantrica

a) O casal senta-se com a coluna ereta, pernas cruzadas, frente  a frente com as mãos.

b) Ambos aproximam seus rostos e conseqüentemente as narinas e quando um expira o outro inspira seu alento.

c) Após alguns minutos de prática, entoas juntos o mantra OM SRI KLIM e um leva a mão do outro em contato com o coração.

 

Pranayama – Ativação energética de chakras e kundalini

a) O casal senta-se frente a frente com as mãos em pronam mudrá (palma contra palma ambas a frente do peito).

b) Ambos vocalizam oito vezes o bija dos ckakras de baixo para cima (Lam, Vam, Ram, Yam, Ham e Om) tocando-se mutuamente nos respectivos chakras.

c) Dêem as mãos polarizando. Mão esquerda toca a direita e vice-versa

d) Fiquem alguns instantes em silêncio

e) Terminem com o mantra OM SRÍ GAM

 

YANTRA PRANAPRATISTHA

É um símbolo que representa o corpo de uma divindade, elemento ou energia.

A cruz cristã representa o corpo de cristo, os tântricos utilizam os yantras na meditação como uma área sagrada com força egregorial. Uma representação do macrocosmo.

Ele também atua como um talismã de energias auspiciosas e proteção, mas sua função principal é a contemplação e interiorização ao símbolo.

Shiva com o dedo médio, ou pincel, desenha sobre o solo onde o casal estiver praticando o maithuna, um triângulo feminino com a ponta para baixo e a Shakti desenha, do mesmo modo, um triângulo masculino sobreposto ao de Shiva. O casal poderá, somente com autorização de um mestre tântrico fazer a prática do maithuna no centro do símbolo, se não houver autorização, o deixe ao lado esquerdo de Shakti. Leve esse conselho a sério. Não seja um curioso.

 

Bindushuddhi

Shiva marca a testa de Shakti, com o dedo indicador, o sinal da iluminação no formato de um ponto vermelho fogo entre as sobrancelhas. Shakti marca a testa de Shiva com símbolos masculinos como por exemplo um tridente, um ponto no meio de três traços horizontais ou ainda uma lua com um ponto em cima

Cada UMA dessas figuras geométricas possuem atributos metafísicos próprios e um potencial energético chamado Akkriti Shakti. São utilizados em liturgias a iniciações.

 

 


Shri Yantra

O mais completo yantra tantrico. Conduz ao Samadhi

Vocês pode deixar esses Yantras no ambiente no Maithuna e voltar seu olhar para os mesmos durante o ritual afim de estimular seus elementos internos.

     BHUTA SHUDHI - Limpeza do tem
     Para preparar o organismo para aproveitar todo o potencial orgástico e místico da prática é necessário que as nadis estejam limpas e isso se realiza em toda a pratica já apresentada de pranayamas, mantram, asanas e os kriyas que são técnicas de purificação orgânica consideradas pela escola de mão-direita do Tantra como fundamental. Na escola Kaula, a alimentação é o mais importante.

 

*Kriyas – Limpezas do Corpo Físico
*Jalabasti – limpeza intestinal com introdução de água.
*Dhauti – limpeza do estomago com água e sal.
*Nauli – limpeza do intestino com movimentos corporais e massageamento.
*Kapalabhati – limpeza das fossas nasais com respiração.
*Jalaneti – limpeza das fossas nasais com água morna
*Trataka – exercícios e massageamento nos olhos.
*As - práticas citadas acima só devem ser realizadas com o acompanhamento de instrutores de yoga. Assim não dou maiores detalhes das mesmas.

A purificação não deve somente ocorrer no corpo físico. “Limpar” as emoções indesejáveis na prática como medo, ciúmes, raiva, mágoas, rancores, ódios, etc. é de suma importância. Como faze-lo? “Sente-se na paz” como ensina-se no tai-chi, e somente observe esses sentimentos / pensamentos, passando por sua mente. Não se envolva com os mesmos e respire fundo concentrando-se no respirar. Acalme-se e o próprio tempo te relaxará (acostume-se a realizar essa prática antes de dormir ao menos por 5 minutos).

ANNA TANTRA – alimentação sagrada

Veja sempre o Tantra como um sistema libertário que na maioria de suas escolas nada proíbem em alimentação apesar de incentivarem algo muito natural próximo ao Lacto-Vegetariano a seus praticantes que necessitam de uma purificação corporal visto que os que alimenta-se de carne (principalmente vermelha), embebedam-se, fumam, não se lavam adequadamente, etc. são considerados intoxicados e não aptos a praticas adiantadas.

Entenda os tipos alimentares na ordem do menos ao mais recomendável.

1a. – Carnivorismo ou Carniceirismo

Consumo exclusivo de carnes. Esse modelo alimentar pode se subdividir numa outra classe, o “carnicerimento”, praticado por abutres e hienas. Algumas escolas tantricas proíbem todas as carnes, outras somente as vermelhas.

2a. – Omnivorismo

Aqui alimenta-se de componentes de todos os grupos: carnes, vegetais, ovos, etc. Esse grupo inclui também os antropófagos. Tanto nesse grupo como no acima alimenta-se com comida de cachorro, bichos mortos e animais putrefados.

Em meu primeiro longo jejum, já não me alimentava de carnes a mais de 60 dias e no segundo dia de prática o cheiro de putrefado saia de minha pele e principalmente da boca. Uma pessoa omnivorista quando fica algumas horas sem se alimentar já começa a cheirar mal e mesmo escovando fortemente os dentes tende a não neutralizar o mau hálito. Outra curiosidade é que mesmo meses vegetariano ainda defecava carne vermelha que ficará presa em meu intestino. Diverticulite é o nome da doença de quem tem os intestinos entupidos. Dá para fazer amor com alguém assim? Pessoas enfezadas são assim. Cheias de fezes. Se você faz parte desse grupo alimentar, coloque muitas frutas na sua alimentação.


      3a. - Macrobiótica

Compreende todos os tipos de vegetais (sobretudo cereais) e carne branca, como peixes e aves. Mas é necessário um cuidado especial com a alimentação macrobiótica radical, pois existem inúmeras controvérsias acerca de sua eficácia. O Tantra é de linha oposta a macrobiótica no que se diz respeito a muitas frutas que são proibidas na macro.

Obs: Existe ainda outra classe de alimentação muito próxima da macrobiótica que é quem come peixe e frango. Essa opção é preferível que o comer “carne vermelha” que além de mais tóxicas são responsáveis pela destruição de matas para criação de pastos.


     4a. - Ovo-Lacto-Vegetarianismo

Elimina todas as carnes, mas aceita o consumo de outros derivados animais como o leite e os ovos, ao lado, é claro, dos vegetais.


      5a. - Lacto-Vegetarianismo

Tem os mesmos princípios do grupo anterior, mas não inclui ovos.


      6a. - Vegetarianismo

Só se alimenta de vegetais, que podem ser cereais, verduras, legumes, frutas e, em alguns casos, até flores. Não existe o consumo de carne, leite ou ovo de espécie alguma.


      7a. - Naturismo

Consumo exclusivo de alimentos crus e sem tempero, ou seja, em sua forma natural.


      8a. - Frugivorismo

É a linha ideal para muitos praticantes, pois só se consome frutas, ou seja, alimentos vivos dotados de uma energia mais sutil e que podem, pelo plantio da semente, permanecer em seu ciclo reprodutivo. O livro “Medicina  Nutricional”,  de Mário Sanches,  fornece excelentes explicações acerca dessa corrente alimentar.


      Upasana (Jejum)

Somente com orientação de um instrutor experiente de algumas escolas de yoga, Tantra E orientação médica, de toda forma não aconselho longos jejuns e muito menos os que se abstêm de água.

Quanto ao se alimentar de luz, aconselho muitíssimo esse método, mais somente aos que já morreram.

Faça mudanças graduais sem fanatismo, observando as mudanças de seu corpo e sempre consultando especialistas médicos ou nutricionistas.

“A pessoa que pratica o Tantra sem moderar a dieta é vítima de várias doenças. O tântrico deve comer arroz, cevada, feijão, castanha, frutas e outras coisas saudáveis. Comidas puras, doces e refrescantes devem ser ingeridas em quantidade correspondente à metade do estômago. Isto é chamado de moderação em dieta.”

(Gheranda Upanishad)

 

Magia das Frutas

Temos dois chakras que encontram-se abaixo da língua e no palato mole que tem o nome de Jiva - chakra que são estimulados pelo beijo e por frutas – é aqui ainda que homeopatas sugerem a colocação de remédios, os alopatas  remédios subilinguares e viciados à heroína.

Tenha o costume de se alimentar de frutas e ao mastiga-las, passe-as nos chakras da boca. Cada fruta tem um atributo mágico. As principais são:

Banana – o lingan, poder masculino.

Mamão – yoni, poder feminino.

Maça – representa também a yoni, além do conhecimento de si.

Morango – o coração, a capacidade de amar.

Caqui – Néctar da yoni. (lubrificante vaginal)

Uva – sêmen de Shiva. Estimula a sexualidade masculina.

 

Dicas Gerais

A alimentação pesada impede kundalini de fluir pelo corpo assim, mastigar muito bem os alimentos facilita a digestão e o fluir. Só não mastigue muito carne vermelha para não formar aquele “bolo” na boca de cadáver (se você fizer isso, nunca mais se alimentará de bichos).

As monodietas – alimentação durante um pequeno período, somente com uma fruta é recomendável: mamão, maça, uva, banana, abacaxi (ideal para desintoxicar).

No momento da prática do maithuna recomenda-se somente alimentar-se de frutas e proibe-se todas as carnes, açúcar, sal, tóxicos, fumos e alimentos artificiais.

O tantrico é conhecido por ter um corpo saudável, limpo e flexível.

Alimentos Estimulantes

Gengibre, guaraná, manjericão, salsa, alho (cuidado com o hálito), cardamomo, coentro, curry, açafrão, tahine, ginseng, catuaba, gergelim, alcaparra, canela, orégano, hortelã. Mostarda, oliva, pimenta, cravo, salsa, sálvia, anis, tomilho, café, chá e mel. Os legumes com formato que penetram na terra como cenoura, mandioca, tubérculos, estimulam Shakti e as raízes de Shiva.

Frutas Estimulantes

Amêndoa (pode ser utilizada também em massagens), abacate, banana, coco, tâmara, pêssego, morango, figo, maça, pêra, uva

Procurar sempre estar com o estomago e intestinos limpos, pois assim não estaremos num ato tão puro cheio de fezes internas.

“Das coisas materiais, o alimento é a principal, é o remédio para todas as doenças. E todas as coisas provem do alimento”.

Taittriya Upanishad

Água

Na época dravídica a água do esgoto era separada da água potável.

Em cidades “civilizadas” é comum a utilização de água tratada com substâncias químicas como o flúor. Em muitas cidades o que temos é urina e fezes (esgoto) tratados.

Água mineral é o ideal para o tantrico na temperatura ambiente e tomada com calma.

Os banhos de chuva são recomendados por textos tantricos assim como ao acordar, uma chuveirada alternando água fria e quente.

“A água alimenta e sustenta o espírito e também o corpo físico. A água é considerada o elemento mais importante, já que ela purifica e eleva o individuo do plano mundano para o transcendental. A água de montanha, água de fonte e água de chuva são altamente benéficas e são consideradas nobres pelos sábios”.

Garuda Purana

 

ADORAÇÃO - Puja

 

Adoração e respeito. Puja é uma doação energética ou material. No ato sexual é uma veneração do ser amado que pode ser realizada de forma material (Pañchapuja) presenteando com flores, frutas, jóias, perfumes, roupas, etc, e o manas puja que presenteia com amor, carinho, votos de felicidade e outros sentimentos.

No maithuna reserva-se um tempo especial para os pujas entre os praticantes (swabháva)

Falar “eu te amo” com intensidade, tocando o peito e olhando nos olhos da parceria é um exemplo de um auspicioso puja. A Shakti gera a vida, cuida, do seu seio sai alimento. Todo seu corpo é preparado para acolher a vida. Venere-a.

“O conhecedor da verdade deve sempre adorar o poder feminino, de acordo com a revelação dos Tantras. Deve-se adorar a mãe, a irmã, a filha, a esposa e todas as Shakties. Durante este tipo de adoração, deve haver contemplação da unidade essencial da sabedoria e meio, os princípios masculinos e femininos”.

Hevajra Tantra

 

Sobre a nudez feminina e a adoração de Shakti, Mircea Eliada escreveu:

“Toda Shakti nua encarna a Deusa. Portanto, a primeira etapa consiste em olha-la com a mesma admiração e o mesmo desprendimento que se sente ao considerar o insondável segredo da Natureza e sua capacidade ilimitada de criação. A nudez ritual da yoguini tem valor místico intrínseco. Se, diante da Shakti nua, não descobrirmos no mais profundo de nosso ser a mesma emoção aterradora que sentimos diante da revelação do Mistério cósmico, não haverá apenas um ato profano, com todas as conseqüências já conhecidas. A segunda etapa é a transformação da Shakti-prakrti em encarnação da Shakti: a companheira do rito torna-se uma deusa, assim como o yogin deve encarnar o deus.


LEELAS

Além de significar preliminares, Leela tem como significado diversão. Brincar, rir, jogos lúdicos e sedutores como um toque sensual, um olhar malicioso, um sorriso que cative, amarrar um dos parceiros, roupas sensuais, uma carícia ou um beijo num lugar certo, um conto erótico, dançar unidos ou elementos tradicionais tântricos como respirar juntos, entoação de mantram alegres, e claro, massagem tântrica, giro tântrico, etc.

Uma maneira tradicional de leela é o aguçar os cinco sentidos físicos.

Olfato: permita que o seu cheiro característico, sem perfumes seja percebido e reconhecido pela parceria, o perfume e o incenso são essenciais num segundo momento. Com a parceria de olhos fechados, peça que cheire perfumes diversos, flores, frutas e óleos. Permita um tempo para a olfação que está relacionada com o elemento terra.

Paladar: coloque na boca do ser amado, frutas, sucos, mel, vinho (pouquíssimo) ou algum licor. Estimule o elemento da água.

Audição: falar sussurrando no ouvido quais são suas vontades e o que você quer fazer com ela(e),perguntar onde gostaria de ser tocada(o).Sinos tibetanos, palavras de amor, musicas com sons da natureza e toda a variedade de sons melodiosos estimulam a audição e o elemento éter.

Visão: o olhar expressa o desejo,observe cada parte do corpo do parceiro(a),admirando cada parte, olhando os genitais, os seios, a barriga, pés, etc.,  isso é bastante excitante. Olhos nos olhos é uma técnica tantrica chamada Tratak. Também você poderá colocar na frente da parceira flores, frutas, conchas, mandalas, figuras eróticas, fotos inspiradoras, tudo isso estimula o elemento fogo.

Tato: estimule cada parte do corpo como quem desvenda o mistério da existência,toque com as mãos,dedos língua, nariz,lábios,sem pressa,de preferência com os olhos fechados para trabalhar melhor o sentido, isso toca o elemento ar.  Se explorem, brinquem com o corpo.

“Não existe nada neste universo que não esteja contido no corpo humano.. Tudo o que está aqui, está em toda parte; o que não está aqui, não está em nenhuma parte”.

Vishvasara Tantra

“Aqui mesmo (neste corpo) estão a rio Ganga, Prayaga e Varanasi, o sol e a lua (isto é, o masculino e o feminino) e os lugares sagrados...Não existe outro lugar de peregrinação nem morada de felicidade semelhando ao meu corpo. Em verdade, o yantra que é o próprio corpo é o melhor de todos os yantra”..

Gandharva Tantra.

No livro “O Que é Corpolatria (adorei o título, é bem tântrico) os autores, Wanderley Codo e Wilson Senne nos contam: “É hora, se já é tarde, de perseguir de maneira consciente, um corpo saudável. É hora, e já é tarde, de buscar o prazer, sem medo e a qualquer custo”.

Quando voltava de uma peregrinação ao Perú minha Shakti Krishna Priyah (Ju) me recebeu em meu refúgio com pétalas de rosas ao chão e uma indicação para que as seguisse, o que eu fiz, e ao final da trilha absolutamente linda, encantadora e perfumada ela fez uma dança hindú/árabe com véus sendo retirados 1 a 1 até os auspiciosos finais do ato de amor.

A dança é fundamental no Tantra que diz que a dançarina rejuvenesce a si e ao parceiro com sua dança. Diz o Hevajra Tantra: “se alguém dança, quando chega a alegria, que isso seja feito tendo como objetivo a iluminação”.

Dedique um tempo à prática dos Leelas. Todas as estatísticas contam que a maioria dos casais fazem sexo com menos de 5 minutos de preliminares. Isso certamente não é Tantra.

 

Lellas eróticos – dicas mágicas

Obs. Apesar de parecer dicas superficiais e piegas, quando feitas com amor e erotismo elas tornar-se-ão auspiciosas.


* Não “ataque” logo de cara. Beije, acaricie por cima das roupas. Espere ela ficar tão excitada ao ponto de pedir para que você as tire.


* Lembre-se que o toque é essencial. Provocar arrepio é muito excitante. Explore cada área, cada dobrinha, embaixo das nádegas, atrás dos joelhos, nas axilas, na virilha, utilizando os dedos, a língua e assoprando.


* Não esqueça de massagear os pés, alternando com mordidinhas (se a parceira não tiver cócegas, ou você corre o risco de levar um chute).


* A penetração deve ser lenta. Não comece com pressa, a intenção é prolongar o prazer ao máximo.


* Muito sexo oral, com paciência e delicadeza, investindo as vezes num movimento mais rápido e desacelerando quando ela estiver chegando lá.


* Explore a região do períneo (no Shiva também), por ser uma área muito sensível e excitante..


* Quando penetrar não se esqueça que você ainda possui mãos e boca, e que elas também entram na brincadeira.


* Pare quando você estiver muito excitado, investindo nos beijos mais carinhosos e frases de amor (lembre-se que ouvidos também excitam).


* Fique tranqüilo(a) com o seu corpo.


* Abuse de olhares, principalmente nas áreas erógenas, elogiando com naturalidade, sem forçar a barra.


* Nenhuma Shakti ou Shiva são iguais. Utilize da criatividade para explorar o corpo da parceria amorosa.


*. Sorriam Brinquem muito. Deus na Índia tem um de seus nomes Leela-Brincadeira;


*. Masturbem-se mutuamente; de todas as formas possíveis e imaginárias.


*. Pergunte a sua parceira de tempos em tempos como ela gosta de ser mastrurbada;


*. Façam amor na Natureza: Cachoeiras, chuva, praia, topo de uma montanha;


*. Olhem-se nos olhos sem desviá-los.


*. Pergunte sempre a sua parceira sobre suas fantasias. Lembre-se que elas podem mudar, assim sempre mostre curiosidade e realize-as;


*. Dispam-se lentamente um ao outro;


*. Compartilhem estórias eróticas seja em livros, revistas, criando ou contando experiências;


*. Toquem-se e masturbem-se com olhos vendados;


*. Troquem massagens sensuais, como a tantrica;


*. Utilize essências e roupas que estimulem sua parceria;


*. Experimente uma certa selvageria saudável no sexo;


*. Brinque com alimentos na boca e no corpo da parceira tal como foi feito no filme nove semanas e meia de amor;


*. Sempre seja gentil e generoso com sua parceira;


*. Faça-lhe toques sensuais em momentos que ela menos espera; Tomem banho juntos a luz de velas;


*. Escrevam cartas Eróticas;


*. Utilize Vibradores e itens de Sex Shop;


*. Lamba todo o corpo de sua parceira com barras de massagem comestíveis;


*. Compartilhem filmes eróticos;


*. Amarrem-se mutuamente a  brinquem de ativo e passivo;


*. Pintem seus corpos com tintas laváveis;


*. Sempre invistam muito nas preliminares;


*. Dêem presentes eróticos; Diga sempre: eu te amo.


*. Seja Malicioso; Sempre, Sempre, Sempre elogie;

O amante, utilizando as unhas com amor e afeição, pode trazer muito conforto para a Shakti. Na verdade, talvez não exista nada mais agradável para o marido e para a Shakti que o uso habilidoso das unhas. Ananda Ranga

OS BEIJOS

O beijo expressa uma grande variedade de emoções: erotismo, amor, ternura, gentileza, paixão, carinho, respeito. O beijo demonstra o quanto o casal está envolvido e expressa os seus verdadeiros sentimentos.

O beijo boca a boca é chamado de contato dos portais superiores e podem estimular desde carinho e até paixão. São trocas de energia e secreções vitais e troca de Yang por Ying.

Os Tantras consideram o beijo como uma parte profundamente importante do Maithuna. Temos vários tipos de beijos tântricos:

- Beijo reto: ambos os lábios se tocam;

- Beijo em curva: ambas as cabeças são curvadas;

- Beijo de língua: um dos parceiros toca a língua, dentes e palato da outra com a própria língua.

- Beijo envolvido: um dos parceiros toma os lábios do outro entre os seus lábios.

- Beijo esquimó e Maori: feito encostando a testa e o nariz com muita calma e delicadeza. No fabuloso filme “A Encantadora de Baleias”, vemos a tradição deste “carinho” que permanece até hoje numa civilização que ainda mantém suas raízes, a tribo Maori.

No Ananga Ranga está escrito: "Quando a Shakti está cheia de desejo, deve colocar o lábio no inferior da boca do Shiva, mastigando-o e mordendo-o nesta região com suavidade. Ele deve fazer o mesmo com o lábio superior da Shakti, tomando cuidado para sugá-lo com delicadeza." Dessa forma ambos ficarão sexualmente estimulados e sua paixão produzirá muito calor”....."Quando a Shakti está dominada pela paixão, deve cobrir os olhos do amante em suas mãos e, fechando os próprios olhos, deve introduzir a língua em sua boca. Deve então movê-la de um lado para outro, para dentro e para fora, com um movimento agradável que sugere formas mais íntimas de prazer ainda por vir. "O beijo, ainda, troca secreções e energias vitais altamente mágicas."

No Kama Sutra encontramos dicas do beijo:

“Quando um Shiva beija o lábio superior de uma Shakti, isto é conhecido como Beijo Especial do Lábio Superior. Nesta ocasião, ela deve beijar o lábio inferior do parceiro”.

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O Tantra ensina, ainda, que o lábio superior da Shakti tem relação reflexológica com sua Yoni. Várias Shaktis foram estimulados por mim tão somente utilizando estímulos no Shankini nadi, a concha da sabedoria no lábio superior, experimente.

 

OS ABRAÇOS

No Tantra qualquer contato mais íntimo entre corpos é uma forma de abraço mas aqueles contatos com intenção mais emocional e sentimental são os que o Maithuna utiliza, ao contrário dos ocidentais que abraçam superficialmente e sem contato dos genitais, no Tantra o abraço é uma forma de contato profundo e certamente de corpo inteiro. Abaixo alguns tipos de abraço:

Trepadeira – em pé, como uma trepadeira enrola-se na árvore, faça o mesmo com sua parceria.

Subindo na árvore – em pé ambos abraçam-se apaixonadamente como se desejassem subir um no outro.

Mistura de arroz com gergelim – deitados abraçando-se fortemente com os braços e coxas e tocando lingan e yoni.

Mistura de leite e água – todas as partes são encostadas.

Abraço da testa – coloca-se muita atenção e carinho na testa e os braços enroscam-se na cintura.

 

Pode-se ainda abraçar somente partes do corpo como abraços dos peitos, coxas, seio e pelve.

Quaisquer que sejam os pensamentos em suas mentes, estes desaparecem completamente com o ímpeto arrebatador do abraço apaixonado. Quando um Shiva e uma Shakti são um só, assim abraçados, não há nada em todo o mundo que supere a alegria sublime daquele momento." Kuttni Mahatmyam

 

ZONAS ERÓGENAS – Os Portões do Sagrado

Descubra as da sua parceria, no Tantra qualquer parte do corpo pode ser estimulada e se transformar numa área de prazer.

 

Yoni –Espaço sagrado (honre-a e ame-a)

Os chineses ensinam que ao colocar a boca na yoni sente que bebe-se da fonte da vida e os tântricos ensinam que ali está Kundalini e para toca-la deve-se abrir  a yoni e descobrir seus segredos.

Shiva sempre explorará e questionará a Shakti qual a melhor maneira de tocar a yoni, muito diálogo e desinibição aqui são encorajados. As Shakties tantricas são estimuladas desde sua iniciação sexual a explorarem a sua yoni em frente ao espelho em atitude de auto descoberta e compartilham isso com seus amantes.

O banho de chuveirinho forte e morno, a depilação total, o respirar da yoni sem calcinha dão uma erotização muito interessante a Shakti.

Os tantricos sempre olharam, ao contrário dos ocidentais, o estímulo oral como natural e prazeroso. É fundamental perguntar para a parceira como ela gosta de ser tocada. Principalmente em relação ao clitóris que tem uma variação de tamanho, local e testura.

Existem Shaktis que gostam de toques fortes, outras suaves / sutis.

A língua poderá girar sentido horário e anti-horário para cima e baixo NA, horizontal e vertical.

Insisto, pergunte como é mais prazeroso. De todas amantes que tive, nenhuma era igual – cada uma preferia um oral distinto.

Ela deve fazer com que ele sugue sua yoni e mostre o seu prazer. Inalando o odor, ele deve penetrá-la com a língua, procurando as secreções. Ela deve dizer: “Coma minha essência!” Beba as águas da libertação! Ó filho, seja um escravo, seja pai e amante! (Chandamaharosana Tantra)


Lingan – Bastão de luz (honre-o e ame-o)

Uma Shakti toca o lingan de seu parceiro como o lingan que originou toda a vida. O princípio masculino da existência.

“Todos os deuses adoram o lingam, símbolo do Senhor Shiva”. Mahabhárata

Para o Shiva ter ereções prolongadas a Shakti deve tocá-lo da base do pênis em direção a ponta e evitar tocar a glande. Se for tocar os testículos faze-lo de forma muito delicada.

O banho de chuveirinho frio antes de dormir ou morno durante o dia estimula a vascularização genital de Shiva.

Lembre-se, todo o Maithuna deve ser feito de maneira rítmica, relaxada e carinhosa.

A ejaculação segundo algumas escolas tantricas radicais deve ser sempre evitada, principalmente na boca da parceria, mas fica evidente que é algo que faz parte do desejo masculino, assim, não tenha preconceito.

Algumas técnicas de sexo oral em Shiva:

·    O lingan é beijado como se fosse o lingan, originário de toda a vida.

·    O lingan é tocado totalmente pela língua

·    Sem o auxílio das mãos o lingan é movimentado dentro da boca da Shakti

·    O lingan é colocado inteiro dentro da boca e após pressão dos lábios e colocado para fora.

·    Move-se o lingan entre os lábios

·    Usa-se mordidas laterais (a cabeça pode causar dor e irritabilidade) bem leves.

·    Utiliza-se sucção.

·    Shiva penetra a boca de Shakti como se a mesma fosse uma segunda yoni.

 

 

 SEXO ORAL MÚTUO – O corvo

Essa posição conhecida no Ocidente como “69” é um fortíssimo asana tantrica também chamada de invertida.

O corvo é considerado um pássaro místico, pois seu metabolismo permite digerir venenos sem que lhe provoquem nenhum mal. No Yoga também existe o asana do corvo, que traz força e energia aos braços e costas. A posição do corvo no Tantra é importante para a circulação de energia de Shiva e Shakti, pois fecha um círculo como o TAO.

Os animais normalmente são atraídos pelo cheiro, pois este é um grande estimulante, lembre-se que um verdadeiro tântrico (a), não possui repressões, medos ou vergonha. Tudo vale para atingir um estado plenamente satisfatório. As secreções da yoni e do lingan são extremamente energéticas (isso quando o corpo é saudável e a alimentação controlada).

A língua de shiva deve explorar cada parte da yoni lambendo e sugando vagarosamente, ás vezes, introduzindo a língua como um lingan. Shakti, por sua vez, suga o linguan como se sua boca fosse a yoni, passa a língua da base do lingan até o topo. Trabalhe com total atenção, tentando dominar a habilidade da boca, lábios, e língua.

A língua é um instrumento importante por conter terminais nervosos e energéticos. É pela boca que nos alimentamos, sugando o seio da mãe, é a boca que saliva ao sentir um cheiro que nos agrada, e é através dela que você pode dar e receber prazer. Quando estamos apaixonados, ou amando, não vemos a hora de poder tocar os lábios do companheiro e assim sugar sua saliva e demonstrar nosso desejo. Se isso é aceitável, porque ainda há tabu ou vergonha em relação a ingerir o sêmen ou as secreções da yoni?

Invista na exploração da área do períneo (entre o ânus e a yoni ou o lingan), essa é a morada da Kundalini, desperte a parceria, fazendo com que ela ascenda pela coluna.

Lembre-se que muitas vezes pode ter qualquer repressão de uma educação repressora, e que estas técnicas podem trabalhar como uma grande cura, que vem através da compreensão e carinho.

Vamos falar do famoso ponto G. No corvo é muito importante que você se delicie com a procura dele. Enquanto você procura com certeza, a Shakti terá grande prazer. Cada Shakti tem uma área mais sensível e fica quase impossível definir exatamente onde ele se encontra. Brinque.

 

SEXO ANAL

Sabemos a admiração e o fascínio, principalmente do povo ocidental pelo sexo anal. Mesmo sendo visto como proibido, chama a atenção.

No Tantra tudo é sagrado, nenhuma parte do corpo deve ser vista como suja ou inapropriada. Temos um exercício próprio para trabalhar os esfíncteres do ânus (mulabandha), trabalhando assim, a energia kundalini e estimulando as glândulas sexuais.

O ânus e o reto, como um órgão excretor sempre contém bactérias, o que pode acasionar infecções e lesões de tecidos, por ser uma área extremamente vascularizada, podendo também ocorrer sangramentos. A prática do sexo anal pode distender e enfraquecer os músculos esfíncteres, levando a perda de energia.

O sexo anal não é aconselhado dentro dos textos tantricos, que visam saúde do corpo, mas como respeita-se muito a liberdade, não vejo nisso uma condenação.

 

A Shakti normalmente oferece o seu corpo e todos os seus orifícios como uma maneira de rendição e compromisso com o amante. O Shiva, por sua vez, gosta do domínio e da submissão da parceira. Vemos aqui que o sexo anal funciona também como uma maneira de dominação, totalmente contrário a filosofia que vê a Shakti como Deusa e não submissa.

Há uma infinidade de maneiras de explorar a sexualidade e o prazer sem precisar desta variação. Tudo é questão de criatividade. De toda forma, ao realizá-lo, atenção para muita higiene e evitar o exagero na penetração. A carícia sem penetração é muito indicada.

Lembre-se que esta é uma área que exige certa delicadeza. Invista um tempo em beijinhos e lambidas nas nádegas, lubrifique bem a região e massageie o ânus (sem introduzir o dedo). Como a área é sensível e muito vascularizada, provoca uma sensação gostosa, (contanto que a Shakti não se sinta constrangida). A mesma técnica pode ser feita no parceiro. A sensação é a mesma, afinal Shiva e Shakti são idênticos aqui.

 

POSIÇÕES SEXUAIS – INTENÇÃO E SAUDAÇÃO A DEUSA

No maithuna é a Shakti que na maioria das posições fica por cima ou na frente do Shiva. Essas são as posições onde podem de ter maior liberdade de movimento e Shiva terá maior dificuldade em ejacular pois é tirado de sua postura ancestral de "cobrir a fêmea", assim seu inconsciente aponta que o objetivo é não fecundar, prolongando assim o contato.

Nas escolas patriarcais o Shiva cobre a fêmea por trás como os animais ou fica o Shiva por cima “possuindo” a Shakti. No Tantra é a Shakti que possui o Shiva. Podemos ainda acrescentar que como a Shakti Shakti é reverenciada o Shiva olha para cima como se adorasse uma deusa. A Shakti é a divindade encarnado no corpo da Shakti, a Shakti é a manifestação na terra da própria existência.

 

POSIÇÕES SEXUAIS

INTENÇÃO E SAUDAÇÃO A DEUSA

 

No maithuna é a Shakti que na maioria das posições fica por cima ou na frente do Shiva. Essas são as posições onde podem de ter maior liberdade de movimento e Shiva terá maior dificuldade em ejacular pois é tirado de sua postura ancestral de "cobrir a fêmea", assim seu inconsciente aponta que o objetivo é não fecundar, prolongando assim o contato.

Nas escolas patriarcais o Shiva cobre a fêmea por trás como os animais ou fica o Shiva por cima “possuindo” a Shakti. No Tantra é a Shakti que possui o Shiva. Podemos ainda acrescentar que como a Shakti Shakti é reverenciada o Shiva olha para cima como se adorasse uma deusa. A Shakti é a divindade encarnado no corpo da Shakti, a Shakti é a manifestação na terra da própria existência.

 



Samapada Banda
A Shakti deitada levanta as pernas o mais alto que pode desde os quadris e suas pernas tocam o pescoço e / ou os ombros de Shiva.
Essa flexão é excelente para a coluna de Shakti e os músculos das costas. Atenção: Pratique com cautela e com a certeza de que a yoni pode acomodar o lingan. Shiva deve usar as mãos para acariciar a barriga, os seios e a yoni de sua parceira.



Nagara Bandha
O Shiva abre as pernas de Shakti apoiando-as em sua cintura. Abrindo as pernas poderá erotizar tendo a visão de seu ligan penetrando a yoni. Shakti poderá envolve-lo com suas pernas para maior intimidade.



Avidarita Asana
Shakti levanta suas pernas e apoia-as sobre o peito de Shiva, que se senta entre suas coxas. A sensibilidade das solas dos pés dela junto à pele e pêlos causa excitação, enquanto os dedos dos pés de Shakti podem brincar com seu peito.



Traivikrama Bandha
As pernas da Shakti são abertas como uma tesoura, uma perna deitada e a outra elevada até a cintura, ombros ou até o alto da cabeça de Shiva, enquanto ele penetra.



Smarachak Asana
Shakti se deita de costas e o Shiva em cima. Ambos abrem as pernas amplamente e os braços também para cima, o Shiva segura nas mãos de Shakti proporcionando um contato gostoso do corpo, bem como dos genitais. O peso do Shiva faz com que seu osso púbico massageie a região carnuda do Monte de Vênus.



Jrimbhita Asana
Shakti deita-se de costas e Shiva coloca uma almofada sob os seus quadris (dela). Shiva ajoelha-se entre suas pernas para conseguir penetrá-la como o céu envolve a terra.



Sphutma Bandha
Shiva penetra Shakti, que está deitada de costas, levantando suas pernas e segurando as coxas bem próximas dele. Shakti pode apertar e contrair sua yoni como se sugando o lingam (mula bandha).



Puhapaka Asana
Shiva está deitado em cima Shakti olhando um para o outro, com suas pernas e braços juntos como se estivessem entranhados.
Para que Shiva faça a penetração, Shakti abre as pernas, curva os joelhos, mostrando totalmente sua yoni para esse puja, como a deusa que é, e então Shakti pode abaixar as pernas. Esta posição oferece contato estimulante da raiz do lingam com a yoni. Shakti aqui comporta todo o peso de Shiva, por isso essa posição não é ideal para todos os casais.



A próxima categoria de posições tântricas e hindus favoritas é o Tiryak, ou posições de lado que são relaxantes para ambas as partes.

Karkata Bandha
Os dois deitam-se de lado com Shiva entre as coxas de Shakti; enquanto as pernas dela entrelaçam o corpo dele, tornando mais fácil o movimento. Shakti pode ajustar a posição de forma que o clitóris fique em contato direto com a pele quando se movimentam.



Lata Asana
Podem deitar-se de lado ou ficar em pé. Shakti respira forte misturando sua respiração com a de Shiva. Ela ergue as pernas até o ombro dele, isto permite maior penetração e excitação. Os dedos acariciam os cabelos, braços e pernas.



Postura sentados
As posições sentadas contribuem para a meditação e visualização. Eles querem permanecer tranqüilos, mas alerta a qualquer nuança de participação e prazer. Não é necessário estar totalmente sentado o tempo todo. podem ser praticadas mais longuidamente recostando-se em uma almofada.

Rati Asana
Shiva senta-se com as pernas abertas. Shakti cobre todo seu sexo com seu corpo. Eles se entreolham profundamente suas bocas unem-se, suas línguas misturam-se.



Chanchala Asana
Shiva senta-se com os pés no chão. Shakti, de costas para ele, senta-se em seu lingam com suas pernas encaixadas nas pernas dele. As mãos de Shiva estão livres para tocar-Ihe os seios e o clitóris.



Vaidhurit Asana
O casal sentado entrelaça as pernas para acrescentar a sensação de unidade. É sem duvida uma das melhores posições para a prática de Maithuna.



Sanyaman Asana
Shakti coloca as pernas no alto da cintura de Shiva, enquanto ele segura o pescoço dela em suas mãos. Em cada mudança de ângulo das pernas de Shakti, variam as sensações.



Ekadhari Asana
Para iniciar esta posição, Shiva senta-se na cama, recostando-se confortavelmente, com suas pernas abertas. Shakti de costas para ele, agacha-se, com as pernas abertas e delicadamente acomoda-se sobre o lingam. Os parceiros se mexem à vontade. A mão de Shiva fica livre para estimular os mamilos e o clitóris de Shakti.



Posturas em pé
As artes Indiana, Nepalesa e Tibetana, incluindo esculturas em pedra. bronze douradas e pinturas, mostram muitas variações de relações sexuais em pé.

Hari Vikrama Bandha
Shakti está em pé olhando para Shiva, uma perna dela no chão, a outra erguida e apoiada sobre alto da coxa de Shiva. A barriga e os seios colados nele e a cabeça meio para trás.
Se Shiva for mais alto do que a Shakti, ela deve subir num degrau.



Yoni Asana
Shiva está em pé com as pernas afastadas, segurando Shakti pelos pés ou nádegas e ela entrelaça as pernas em sua cintura. Ele pode encostar em uma parede, ou deitar sua parceira na cama para concluir a posição. As divindades nessa posição são pintadas em bandeiras para decorar paredes de templos do Nepal e no Tibet, desfrutando da alegria do êxtase.



Bandara Asana
Shakti ajoelha-se e coloca as mãos no chão, enquanto o Shiva está em pé sobre e atrás dela. Ele abre as duas luas das nádegas e penetra-a, com delicadeza. As mãos dele estão livres para massagear os mamilos ou estimular o clitóris.



Gajasawa Asana
Shakti deita na cama de bruços, com uma almofada sob a região da bacia, e as pernas abertas. Shiva deita-se sobre ela, flexionando suas costas para cima, apoiando-se sobre os braços e com seus quadris para baixo, assim ele sente a maciez das nádegas que ela impulsiona. Como essas posições "por trás" não permitem que o lingam toque o clitóris, elas são melhores praticadas quando para terminar um maithuna, a partir de um momento em que a Shakti já esteja bem excitada e facilmente orgástica. Shiva ou Shakti podem também estimular o clitóris com as mãos.



Purushavita bandha
Richard Burton diz que "esta posição é considerada um grande horror por algumas escolas radicais muçulmanas, que dizem, “maldito seja aquele que se fez a terra e a Shakti o céu”. O reverso era uma realidade dos tantricos, que mostram isso em pinturas mais do que qualquer outra posição.
Esta posição é a favorita da deusa Kali de copular com Shiva, segundo os mitos hindus.É particularmente minha posição predileta ao fazer amor.



Viparata Asana
Shakti deita-se sobre Shiva também deitado de costas. Ela aperta suas pernas juntas e movimenta-se para frente e para trás, devagar no início, para erotizar a ambos, e depois mais rápido. Shiva desenvolve movimentos circulares com os quadris, causando mais prazer.




Posições tantricas clássicas

Essas técnicas foram as mais ensinadas por mestres tantricos, são as consideradas clássicas, pois fornecem movimentos relaxantes, controle orgástico por não serem altamente eróticas e nem conter movimentos de vaivém e tem um forte impulso de veneração de Shakti.

“Qualquer união sexual é sagrada, seja ela humana ou animal. Ela reproduz o ato criador supremo, a união dos princípios cósmicos Shakti – Shiva, causa do universo manifesto”.

A. Van Lysebeth


1- Purushâvita
Shakti acima de Shiva controla nessa posição todos os movimentos. Apesar de Shiva poder se movimentar, ele o evita e a adora como manifestação do feminino.
Shiva ou Shakti podem estimular o clitóris e os seios ou ainda trocar massagem na barriga, peito e rosto.



Sukhásana
Shiva sentado em chão macio recebe Shakti com as pernas cruzadas ou com as plantas dos pés se encostando. Ambos parceiros fazem toques amorosos e sensuais nas costas.



Upavishta-variação
Shiva senta-se em chão macio unindo as plantas dos pés uma e outra próximas ao períneo (sede de kundalini) e acolhe em seu colo Shakti.



Tiryakâsana
Shiva deita de lado, e Shakti com a barriga para cima. Enrosque as penas, deixando uma perna de Shakti sobre o quadril de Shiva. O corpo dela fica perpendicular ao dele. As mãos acariciam, e não é necessário muito movimento.


Janujugmâsana
Conhecida como postura em X e altamente recomendada, pois permite controle orgástico e dos movimentos de Shakti. Essa posição é tão antiga que o yoguin belga André Van Lysebeth ensina:

“Essa posição de maithuna bem mostra quanto o tantrismo tem profundas raízes na pré-histórica indiana, e é comovente evocar os casais de outras eras ao praticá-la hoje em dia”.



Não pense que porque mencionei um número limitado de posições sexuais, há algum limite para os Tantricos.
Tenha em mente que o Tantra é liberação. O Tantra dá a você permissão (liberdade) para pensar, sentir e ser erótico(a), bem como para desenvolver suas próprias variações, rituais. Tente criar e dar nome aos seus próprios Asanas.

Shaktis na visão tantrica
Essa classificação é correspondente aos 4 elementos da natureza (não se refere a elementos astrológicos).

Prithiví Shakti - Shakti temperamento Terra
É a parceira mais ligada aos valores e pré-ocupações materiais e familiares, portanto muito pouco dos seus desejos são de natureza sexuais. A priori, são pessoas reprimidas que buscam somente a suposta “segurança” dos envolvimentos mas o prazer não é valorizado. O ato sexual com essa parceira requer muita paciência e uma dose imaginação, pois ela é cheia de “pudores”, medos, muitas vezes timidez e uma dificuldade, não impossibilidade de alcançar-se o orgasmo, a não ser com estimulação oral.
Normalmente é uma parceira ciumenta ou que não se cuida, não se faz sedutora. Nas posições sexuais prefere ser dominada e ficar por baixo.

Apas Shakti - Shakti temperamento água
Muito sensível e receptiva, pode ser uma amante agradável ou se perder nas próprias águas (sentimentos) e ser uma pessoa pessimista e depressiva. teme intimidade física e tem valores moralistas, além de possível timidez. dificilmente tomas as iniciativas e não há dinamismo em seus movimentos sexuais.

Agni Shakti - Shakti temperamento Fogo
É a companheira ideal para quem quer muita ação e iniciativa. Seu corpo literalmente dança, é solto, flui e é flexível, ela se cuida, é perfumada, sensual, atraente e não tem possessividade alguma. É capaz de tudo e mais um pouco. Desinibida, cheia de energia, toca cada parte do parceiro com adoração e carinho. Sua disposição contagia.
A maioria de minhas parceiras para o Maithuna foram escolhidas pela energia fogo. Desperta o desejo até de um zumbi. Estão quase sempre de bem com a vida e descomplicam tudo. Nos atos sexuais escolhem as posições e normalmente escolhe as que ficam por cima. Dentro do Tantra é a parceira ideal.

Vayu Shakti - Shakti temperamento Ar
É a Shakti que tem a sexualidade no corpo e na mente. Muito romântica e cativante só não tem tanta energia como a Shakti Fogo. É muito brincalhona e sempre uma criança.
Harmoniosa ao se vestir e seduzir. Precisa de um certo estímulo e é relativamente controladora. No ato sexual precisa conversar, trocar experiências sobre as posições sexuais se molda aos interesses do parceiro.

Omar Garinson em seu conhecido livro “A Ioga do Sexo” nos oferece possibilidades de maithuna. Cito aqui os 6 fundamentos:

1º nível – Smarnanam: é a visualização ou imaginação de um ato sexual
2º nível – Keli: manter-se na companhia do sexo oposto, ou da parceria amorosa, observando atitudes, gostos e maneiras do outro.
3º nível – Guhyabhashanam: é a palavra gentil e amorosa. Conversar sobre amor e sexo.
Durante o maithuna poderá se permanecer em silêncio ou não. No dia a dia declarar amor é parte importante do tantra, lembre-se que “Os iluminados ensinam que Deus é amor, portanto falar de amor é falar de Deus”
4º nível – Samkalpa – Grande desejo de manter relação, tocar, beijar, acariciar
5º nível – Prekshenam: massagem, carícia ou namoro
O iniciado em Tantra sempre perguntará a sua parceira como e onde ela gosta de ser tocada.
6º nível – Kriyanishpatti: ato sexual completo – maithuna

· ABSORÇÃO MÚTUA
Os tântras e textos ancestrais do hatha Yoga nos ensinam a mística de "absorver o equivalente do seu parceiro" em todas as uniões que envolverem emissões de sucos vitais. É a absorção consciente das secreções femininas ou masculinas já alquimizadas. Essa técnica é ensinada em seminários de Maithuna devido a seu aspecto iniciático secreto e a necessidade de muito treino para por exemplo com o lingam absorver o sêmen já transmutado da yoni feminina.

· MENSTRUAÇÃO
Como escola desrepressora o Tantra ensina que fica ao critério dos parceiros em ter ou não relações sexuais no período menstrual. Conversem bem sobre isso. Uma maneira interessante de namorar para quem tem nojo é amarem-se dentro de uma banheira de espumas.
Na menstruação a Shakti personifica Kali a deusa das mudanças de ciclos.
O adepto tântrico deve olhar uma Shakti menstruada com reverência e admiração. Ela é a personificação viva de Kali, o poder da transcendência; seu sangue menstrual (Khapushpa) é a essência florida de toda a feminilidade, o próprio sangue da vida. Possuidor de qualidades sobrenaturais, é uma potente força rejuvenescedora e transformadora, purificando todos os venenos através de seu fogo alquímico. Realizando ritos sexuais com uma Shakti menstruada o Adepto pode mais rapidamente avançar em seu caminho para a Libertação.
(Kaula Tantra)

A menstruação acontece por apenas alguns dias, e Deus desejou que ela fosse usada para purificar e limpar totalmente o útero. Quando ela termina, a Shakti está melhor do que antes.
(Shaykh Nafzawi)

· A RETENÇÃO - URDHAVARRETAS
A retenção orgastica (energia nervosa do orgasmo masculino, e em alguns casos, feminino) constitui a prática maior dentro do Maithuna.
Em várias escolas tantricas, podemos observar tendências diferentes em relação a ter o orgasmo ou não. A linhagem kaula que muito aponto nesse livro, segue um tendência na questão orgástica de madhyamika – caminho do meio – assim aceita tanto a prática com ou sem orgasmo, ou seja alguns dias ou semanas tenha o orgasmo final, outros não.
De toda forma para os praticantes iniciantes é fundamental a retenção orgástica por um período, o que aumentará o prazer final de forma abismal. Esse é um dos segredos tantricos: Aumento da energia sexual na fricção dos genitais por um longo período de contato sexual sem orgasmo. Alguns tratados ensinam que o ideal é o acúmulo da energia orgástica, orgone ou kundalini, e não o controle seminal. Algumas escolas ensinam o contrário, que o tântrico deve reter a ejaculação de toda forma. Afirmam que o sêmen é força vital pura e deve ser mantida. O objetivo do coitus reservatus e fazer o sêmen se transformar em ojas uma energia que ativaria os chakras superiores (ûrdhva-reta, o sêmen em elevação).
Apesar de opiniões diferentes cabe a você leitor praticar e chegar a uma conclusão.
Ensina Datatreya, meu iniciador primeiro no Tantra que:
“O Shiva (comum) busca somente o relaxamento do gozo sexual, o orgasmo depois de 10 minutos que é ejaculação precoce para o praticante tantrico.... Pratique sem medo, traumas e de forma lenta e meditativa... Não tenha pressa...E o maithuna transforma os praticantes em divindades vivas.”
A retenção permite a consciência corporal, aquietamento da mente estimulo do hemisfério direito celebral, aumento de energia e consequentemente saúde. Haverá um aumento da libido e da produção de hormônios e endorfinas que reduzem o aparecimento de doenças, dores, desanimo, stress, depressão, medo e outros disturbios, a sustentação do prazer por longo tempo.
Toda a prática tantrica que inclue-se a retenção, deve ser realizada aos poucos, Vá gradualmente aumentado o tempo de retenção.
Observe que isso não é difícil. É bom mudar alguns paradigmas:

Um universo de pessoas me falam que é impossível se iluminar e dificílimo reter orgasmo.

MENTIRA
- Praticar retenção é muito mais fácil do que parece se iluminar mais ainda. Aliás todos já são em Purusha – essência iluminada. O maithuna te mostra isso. Te dá a aceitação do quem você é.

Não se deve lançar esta “cânfora” (sêmen) casualmente. É nesta substância que os ioguines têm a sua origem. Sua natureza é a do Supremo Prazer. É indestrutível e saboroso, tão difuso quanto o céu.

Hevajra Tantra

Dicas para a Retenção durante o ato sexual
- Faça amor mesmo quando não houver muita exitação inicial.
- Não se deixe excitar demais durante o Maithuna. Relaxe.
- Respire profundamente com retenção longa de ar nos pulmões.
- Regule o ritmo de seus movimentos.
- Retiradas parciais do lingan.
- Toque profundo na região entre o ânus e o escroto.
- Contração demorada do ânus com retenção de ar.
- Visualizar os chakras girando no, sentido horário (como se estivessem colados em seu corpo e girando destronenamente).
Praticar retenção durante 30 minutos no 1º dia, 1 hora no 2º, 2 horas no 3º dia e ir aumentando gradativamente, evitando assim, sensibilidade exagerada na yoni feminina e dores nos testículos de Shiva.

Técnicas Tradicionais de Retenção

1 - Mula Bandha
Contração dos esfíncteres do ânus e da uretra por longos períodos de tempo (contrai todo o assoalho pélvico – essa técnica se assemelha ao pompoarismo que é uma parte absolutamente mínima do amálgama tantrico e virou moda entre leigos e curiosos ocidentais). Os iniciados podem fazer a contração de acordo com os batimentos cardíacos.
2 - Jiva Bandha
Consiste em colocar a ponta da língua próximo ao palato mole e a garganta e empurra-lo para cima.
3 – Trataka
Olhar (de pálpebras fechadas) o Ajna chakra, 3º olho, no centro da testa ou fixar o olhar aberto num ponto fixo.
4 – Jalandhara Bandha
Encostar o queixo relaxado contra o peito.

O Vigyan Bhairav Tantra é uma escola que ensina 64 técnicas meditativas adiantadas que podem ser realizadas tanto na prática do maithuna quanto em meditações solitárias. Segue as que mais pratiquei:

1. Observe o intervalo ou o ponto de mudança entre duas respirações.
2. Coloque sua atenção no momento da fusão das respirações.
3. Não tome os pensamentos como pessoais.
4. Olhe amorosamente para o que quer que seja.
5. Observe com toda atenção qualquer sensação de seu corpo seja dor, prazer, calor frio, etc.
6. Olhe para o seu passado ou futuro sem identificar-se com eles.
7. Olhe para todas as mudanças de humor.
8. Fique como morto, absolutamente imóvel.
9. Torne-se a própria carícia em si ou no seu amado.
10. Sugue uma parte da sua parceira e torne-se o sugar.
11. Sente-se ou deite-se sentindo-se sem corpo.
12. Observe com plena atenção sua coluna vertebral.
13. Coloque sua atenção no Ajna Chakra.

Osho nos deixou 4 volumes interpretando o Vigyan Bhairav – os livros chamam-se “O Livro dos Segredos” da ed. Imago e eu os recomendo.

"Ele deve reter a respiração e contrair o baixo-ventre..., deve pressionar a calcanhar contra a base (o escroto e a língua contra o céu da boca ). Concentrando seus pensamentos oscilantes e controlando a respiração, evitará que o sêmen seja liberado. Assim que deve se praticar o Yoga da liberação."
Chandamaharosana Tantra

"No momento em que o Shiva está para ejacular deve levantar a cabeça e prender a respiração. com um olhar zangado e revirado o olho da esquerda para a direita, deve contrair o estômago, fazendo o sêmen retornar e penetrar lhe as veias. Esta prática excelente tem o efeito de melhorar a visão e fortalecer o espírito."
Yu-Fang-Pi-Chuh

 

VISUALIZAÇÃO

Pode-se imaginar durante o ato sexual a subida de kundalini. Imagine que pela coluna vertebral sobe vindo do muladhara chakra uma forte corrente de energia laranja que quando chega ao ajnã chakra dentro do se torna-se uma linda flor de lótus aberta na cor violeta.

Quanto mais se permanecer em excitação durante o maithuna, mais se produzirá à energia que levará Shakti Kundalini ao encontro de Shiva. Mesmo se no final da prática houver a ejaculação não há necessidade de se culpar pois já houve o prolongamento da excitação e o prazer, foi absolutamente maior.


MEDITAÇÕES

“ Há metafísica o bastante em pensar em nada. Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma e sobre a criação do mundo? Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos e não pensar”.

(Fernando Pessoa)

Após a prática do maithuna o casal poderá fazer alguma técnica de meditação. Poderá ser juntos ou separados. As técnicas que sugiro são: Meditações do mestre Osho: Nataraj, Kundalini ou uma variação do Shiva Netra. O Mantra OM SRÍ GAM, o Giro Tântrico ou a Massagem tantrica. Leia sobre outras fantásticas meditações no livro: Meditação, a Arte do Êxtase de Osho. Ed. Cultrix.

 

* Shiva-Netra

(A meditação do ajnã chakra)

 

Uma vela deve ser usada para esta prática. A meditação dura em média 30 minutos e tem dois estágios que devem ser repetidos. A técnica pode ser utilizada ao final do maithuna com o casal compartilhando ou não a mesma chama da vela.

Primeiro Estagio: Sente-se e observe a chama da vela com o olhar relaxado. Pode-se piscar sem perder a concentração.

Segundo Estagio: Fecha-se os olhos e lentamente, oscila o corpo de um lado para o outro como se fosses uma árvore que o vento movimenta

Repita algumas vezes o primeiro e o segundo estágio.

 

Yab-Yum

Exercício meditativo de divindades copulando. Shiva e Shakti unidos num abraço extasiante.

* Meditação Kundalini

É a técnica de meditação que envolve dança e movimentos de chacoalhar. É minha técnica predileta de êxtase. Ela deixa o praticante muito sedutor, pois sua aura energética transpira sensualidade.

Aos 16 anos realizei essa técnica do mestre Osho com o meditador Setu e nunca mais a abandonei.

Costumava na adolescência antes de sair para paquerar fazer Kundalini e seus efeitos eram facilmente sentidos.

Kundalini movimenta os chakras, estimula a libido, deixa o corpo solto.

Osho comentava sobre a técnica:

“Muita energia kundalini despertará em você. Tu sentiras a vida pulsando e vibrando. Após a energia ser despertada pelo chacoalhar, a dança é útil para fazer a energia se movimentar pelo corpo e retornar ao universo, a existência. Então o silêncio segue-se, a quietude segue-se”.

 

1º Estágio:

Aproximadamente por 15 minutos sacuda, chacoalhe todo o seu corpo. Comece pelas mãos e pés e depois deixe tudo sacudir. Seja completo no chacoalhar, movimente, envolta todo seu ser no movimento.

 

2º Estágio:

Durante 15 minutos ou mais, simplesmente dance, celebre, viva, goze o momento. Dance para você, pouco importa se você julga o movimento bonito ou não, seja original e deixe os movimentos fluírem. O mestre Zaratustra disse: “Não acredito em um Deus que não saiba dançar”. Eu também não.

 

3º Estágio:

Sentado, fique imóvel, voltando a atenção a alguma música suave que deve estar tocando.

 

4º Estágio:

Sentado ou deitado, apenas observe suas sensações corporais e/ou seus pensamentos. Observe sem nenhum envolvimento.

 

“A visão total é tão clara que o indivíduo não pode mais que rir, e até em aparência ser irreverente, quando vê a fantástica superestrutura de superstição e mistério que se há erguido em torno a simplicidade elementar que é a verdade”.

Sri Nisargadatta Maharaj

 

* Nataraj – Dança de Shiva

1º Estágio: Simplesmente dance como um ser possesso pela dança. Faça seus movimentos, crie, solte.

2º Estágio: Sente-se em silencio e observe seu corpo e seus pensamentos .

3º Estágio: Volte a dançar por alguns poucos instantes.

 

Final

 

Após a prática da meditação ou do ato sexual evita-se o desinteresse das trocas carinhosas. Saborei o final, acariciem-se brinquem e não saiam voando em direção a um banho ou à tv.

O maithuna costuma energizar o casal, portanto não há necessidade de cada um virar para um lado e dormir.

Fiquem deitados juntos em concha ou com os genitais unidos mesmo sem a excitação de Shiva ou ainda utilize a energia do maithuna para atividades criativas.

 

Quando uma Shakti estiver cansada, deve colocar a testa na do amante e descansar, sem perturbar a união de seus órgãos sexuais. Após ter descansado, o Shiva deve virar-se e começar a fazer amor de novo. Se os amantes passam algum tempo brincando e acariciando-se um ao outro no início e também ao final do amor, então seu êxtase e confiança aumentarão. Os jogos de amor aumentam o prazer. (Kama Sutra).

Desejando dormir, certamente você dormirá em paz. Se necessitar de um relaxamento final para aquietar as energias, pratique Shavasana: deite-se de bruços, inspire profundamente contraindo todo o corpo, apertando as mãos, esticando as pernas e pés, tencionando o rosto e após alguns instantes relaxe todo o corpo de uma só vez. Repita algumas vezes.

Apesar de tantas práticas aqui ensinadas, tive a precaução de não colocar todos os segredos do maithuna, pois algumas partes precisariam de uma preparação física que não deve ser ensinada em textos.

Mesmo que alguém um dia escreva ou traduza os textos adiantados do maithuna, ainda assim sem a iniciação e supervisão de um mestre, os rituais estariam incompletos. Isso acaba sendo uma proteção do sagrado. dos curiosos, não iniciados, místicos teóricos e especulativos. O que pode ser ensinado, você pode praticar com esse livro.

Auto-iniciação na egrégora tântrica e hindu

Essa técnica ritualística tem muita força e pode substituir, quando não houver, um guru ou iniciador.

Observe atentamente as instruções abaixo, para fazer a auto-­iniciação uma vez somente.

Diariamente, milhares de praticantes do Tantra e do hinduísmo no mundo todo trabalham com uma corrente de pensamentos que envolvem todo o planeta. Essa prática é somada durante vinte minutos por dia, durante milhares de anos, produzindo efeitos variados. É a egrégora oriental.

Em sua primeira prática você estará realizando um ritual de iniciação. Nas vezes seguintes, poderá recolher-se todos os dias que desejar e estabelecer contato com a egrégora da seguinte maneira:

 

Escolha o mantra de sua preferência. Exemplo: Om Sri Klim (que trabalha o afetivo e silêncio).

 

Pontualmente às 20h50, recolha-se a um local tranqüilo e sereno, onde não seja incomodado. Sente-se de frente para o Oriente. Utilize-se dos quatro elementos acendendo uma vela (fogo), um incenso (ar), colocando perto de você uma flor plantada num vaso ou uma pedra (terra) e um copo de água (água). Faça várias respirações profundas abdominais ou a respiração completa, caso domine essa técnica.

 

Olhe fixamente para o símbolo do Om (yantra) abaixo, que será seu protetor astral.

Até às 21 horas, pontualmente, entoe em voz baixa o mantra Om durante 10 minutos como segue:

 

“Oooommmmmm... Ooooommmmm... Ooooommmmmmm...”

 

Durante esses 10 minutos, enquanto utiliza o mantra Om com muita atenção, dirija seu pensamento às egrégoras de auto-suficiência, compaixão, amor e consciência das escolas hindus, enfocando saúde, amor, poder, prosperidade e excelência. Visualize esse pensamento como uma luz azul-índigo que sai de sua testa em direção ao símbolo do Om (yantra) e o envolve. O yantra, por sua vez, filtra e remete essa vibração até as egrégoras.

 

Às 21 horas interrompa a vocalização do mantra e comece a mentalizar que do símbolo do Om parte um foco de luz azul-índigo que toma conta de sua aura e penetra seu corpo físico, proporcionando-lhe, tudo aquilo que você deseja e necessita. Do mesmo modo em que emitiu energia para as egrégoras, receberá a energia do que mentalizar, no período das 21 horas até 21h10.

Às 21h10, feche a egrégora desse exercício místico, pronunciando as seguintes palavras:

 

“Que os mestres do Tantra e do hinduísmo me dêem o prazer auspicioso da minha iniciação (e, em outras práticas, o que tiver mentalizado). Que assim seja. Om Sri Klim (pronuncia-se Om Xiri Klimmmm)”.

 

Repita o mantra Om Sri Klim no mínimo 108 vezes. Se preferir, utilize-se de outro mantra hindu para fazer a auto-iniciação.

A partir desse momento você é um iniciado no Tantra e no hinduísmo e sempre poderá utilizar o mantra Om Sri Klim para suas práticas

 

“O yoguin que aspira à qualidade de yogue (yogitva) mas não foi iniciado é semelhante a um Shiva que cerra o punho para o céu e bebe a água de uma miragem”.

Kriyá – Samgraha – Panjikâ


Texto do livro:
Maithuna - Sexo Tantrico
de Otávio Leal - Ed. Alfabeto